Resumo

Confira o que houve de mais importante neste quinto dia de guerra na Ucrânia

Reunião sem acordo com Rússia e anúncio de Bolsonaro sobre recepção de ucranianos no Brasil marcaram esta segunda (28)

Brasil de Fato | Fortaleza (CE) |
Rivalidade entre Rússia e Ucrânia aumentou no fim de semana, quando Putin colocou as forças nucleares do país em alerta máximo - Anatolii Stepanov / AFP

O quinto dia de guerra entre Rússia e Ucrânia foi marcado, nesta segunda (28), pelo insucesso da primeira rodada de negociações entre os países. Realizada na região de Gomel, área de Belarus que faz fronteira com Rússia e Ucrânia, a agenda durou cinco horas e discutiu a possibilidade de um cessar-fogo. Agora os representantes de ambos os lados devem voltar a conversar somente nos próximos dias, mas o novo encontro ainda não tem detalhes confirmados.

Também foram registradas explosões nas principais cidades da Ucrânia, segundo o serviço de comunicações especiais que opera no país. Kiev, a capital, e Kharkiv, segunda maior cidade, foram novamente o foco dos ataques. “Antes disso, estava calmo na capital ucraniana por várias horas”, informou a agência emissária.

O conflito entre os dois países foi deflagrado quando o líder russo, Vladimir Putin, autorizou a operação, na madrugada da última quinta-feira (24). A rivalidade aumentou no fim de semana, quando o mandatário colocou as forças nucleares em alerta máximo, segundo anunciou no domingo (27), em comando dado à tropa.

Dados da Campanha Internacional para a Abolição de Armas Nucleares (Ican) apontam que o país bicontinental tem o maior arsenal do tipo em todo o mundo, passando à frente dos Estados Unidos.

Críticas a Bolsonaro

Paralelamente, no Brasil, o encarregado de negócios da Ucrânia, Anatoliy Tkach, concedeu coletiva de imprensa em que afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) está “mal-informado” por defender neutralidade do país no conflito.

“Talvez seja interessante ele conversar com o presidente ucraniano para ver outra posição e ter uma visão mais objetiva”, sugeriu Tkach, diretamente da capital federal. Ele responde pela embaixada ucraniana em solo brasileiro.

“Esperamos que todos os países se unam em um esforço para dissuadir uma maior agressão. Até um país neutro, que sempre foi neutro, a Suíça, levantou sanções contra a Rússia. Talvez tenhamos que apresentar mais dados sobre as perdas civis. Possivelmente, vou pedir para os meus funcionários divulgarem mais vídeos das perdas civis”, afirmou o emissário.

Brasileiros na região

Também nesta segunda chegaram a Varsóvia, na Polônia, os oito servidores que o Itamaraty enviou à cidade para prestarem auxílio aos brasileiros que tentam fugir do conflito. Em meio aos ataques, a Polônia se tornou ponto do trajeto de moradores da Ucrânia que buscam refúgio fora do território do país.

“Essa força-tarefa enviará destacamento a Lviv, na Ucrânia, onde será montado escritório de apoio aos brasileiros que estão tentando deixar o país”, diz publicação do Ministério das Relações Exteriores (MRE) via Twitter na noite desta segunda.

 

 

A ação da pasta na região se dá em parceria com o Ministério da Defesa, cuja delegação se reuniu nas últimas horas no local com os funcionários do Itamaraty e membros da Embaixada do Brasil na cidade. Eles debateram os planos para resgatar os brasileiros que estão nas faixas em guerra no território ucraniano.

 

 

Recepção de ucranianos no Brasil

Em entrevista à rádio Jovem Pan, Bolsonaro anunciou que o Brasil irá recepcionar ucranianos refugiados e que a gestão irá publicar, até esta terça-feira (1º), uma portaria conjunta do MRE com o Ministério da Justiça (MJ) para lançar diretrizes a serem adotadas na liberação de vistos humanitários.

“Conversei com Carlos França [ministro das Relações Exteriores], e ele disse que tomará as providências. Via visto humanitário, estamos dispostos a trazer ucranianos”, declarou ao veículo.

Edição: Rodrigo Durão Coelho