gabinete paralelo

Após denúncias de corrupção, Bolsonaro nomeia Victor Godoy Veiga como interino da Educação

Nomeação de secretário-executivo da pasta foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta (30)

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Veiga é o quinto nome a assumir a pasta em pouco mais de três anos da gestão Bolsonaro - Luis Fortes/MEC

O Diário Oficial da União (DOU) traz na edição desta quarta-feira (30) o nome do secretário-executivo do Ministério da Educação, Victor Godoy Veiga, como ministro interino da pasta, em nomeação assinada pelo presidente Jair Bolsonaro.

Veiga é o quinto nome a assumir a pasta em pouco mais de três anos da gestão Bolsonaro. Ele substitui o pastor Milton Ribeiro, que deixou o cargo na segunda-feira (28) depois de escândalo em que pastores atuavam em ‘gabinete paralelo’, cobrando propina por liberação de verbas do ministério para prefeituras.

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Antes de ser convidado para assumir a secretaria-executiva do MEC, Victor Godoy Veiga fez carreira como auditor federal de finanças e controle da Controladoria-Geral da União (CGU), onde trabalhou de 2004 a 2020.

Na CGU, Godoy atuou como auditor federal, chefe de divisão, coordenador-geral e diretor-substituto de auditoria e diretor de auditoria da área social e de acordos de leniência.

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A indicação de Veiga como interino se dá em função de o governo Bolsonaro entender que Milton Ribeiro pode voltar à pasta se ficar provado que ele não teve nada a ver com a formação do gabinete paralelo.

“Não me despedirei, direi até breve”, disse o ex-ministro em carta entregue a Bolsonaro. Ribeiro é alvo de um inquérito da Polícia Federal (PF) e do Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeitas de favorecimentos a pastores na distribuição de verbas do Ministério da Educação (MEC).

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Diante das suspeitas, Ribeiro, que foi convidado a comparecer ao Senado para prestar esclarecimentos sobre o caso, diz que decidiu “solicitar ao Presidente Bolsonaro a minha exoneração do cargo, com a finalidade de que não paire nenhuma incerteza sobre a minha conduta e a do Governo Federal”. No rascunho da carta, Ribeiro diz ainda que deve retornar à pasta. “Depois de demonstrada minha inocência estarei de volta, para ajudar meu país e o Presidente Bolsonaro na sua difícil mas vitoriosa caminhada.”

Em um áudio obtido pelo jornal Folha de S.Paulo e em reportagens do O Estado de S. Paulo, Ribeiro é envolvido no que seria um esquema de favorecimento a pastores na pasta.

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Em uma conversa gravada, o ministro afirma que recebeu um pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL) para que a liberação de verbas da pasta fosse direcionada para prefeituras específicas a partir da negociação feita por dois pastores evangélicos que não possuem cargos no governo federal.