IDENTIDADE AMAZÔNICA

Transição verde é caminho para impulsionar desenvolvimento, avaliam presidentes em Cúpula da Amazônia

Chefes de Estados situados no bioma se reúnem em Belém (PA) e definem hoje medidas de proteção ambiental

Brasil de Fato | Belém (PA) |
Lula preside reunião no primeiro dia da Cúpula da Amazônia em Belém (PA) - Ricardo Stuckert/PR

Presidentes de países da Amazônia brasileira disseram nesta terça-feira (7) que a transição energética e o combate ao desmatamento podem promover melhoria na qualidade de vida das populações.

A análise foi feita por chefes de estado no primeira dia da Cúpula da Amazônia. Os mandatários devem assinar ainda hoje uma carta compromisso com medidas conjuntas de combate ao desmatamento, que se chamará Declaração de Belém. 

“É hora de consolidar de uma vez por todas nossa identidade amazônica”, afirmou o presidente Lula, cuja fala abriu a reunião.

"Em um sistema internacional que não construído por nós", prosseguiu, "foi reservado historicamente um lugar subalterno de fornecedor de matérias primas. A transição ecológica justa nos permite mudar esse quadro".

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O posicionamento foi seguido por presidentes da Colômbia, Bolívia e Peru, que falaram após o petista. As declarações sugerem que a Declaração de Belém não será restringida à temática socioambiental, mas terá um conteúdo político.

Desastre do clima aprofundará dependência dos países ricos, diz Petro

O colombiano Gustavo Petro argumentou que não apostar na transição para uma economia de baixo carbono seria aprofundar a dependência econômica dos países ricos. 

"Sem a selva amazônica, não haverá água. Sem a selva amazônica, teremos que ir aos Estados Unidos e ficar ali na fronteira enfrentando metralhadores. O que será dos nossos povos sem água? Eles vão ter que migrar", projetou. 

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Pela Bolívia, Luis Arce reconheceu a emergência climática e reafirmou compromisso com a preservação da Amazônia, mas disse que é preciso impedir a atuação de Organizações não Governamentais (ONGs) quando elas contrariarem os interesses do país. 

Ele defendeu cobrar dos países ricos "um financiamento não-reembolsável e tecnologias inovadoras com liberação de patentes e desenvolvimento de capacidades que garantam o desenvolvimento da Amazônia e seus povos".

"Essa crise climática não foi gerada com nós", resumiu o presidente Boliviano. 

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A mandatária peruana, Dina Boularte, disse que o capitalismo precisará se reformar para evitar a catástrofe climática. "É a reforma do sistema financeira", analisou. 

"Esse encontro deve ser o ponto de partida para criação de sistemas universais de saúde e de proteção sociais com ênfase nos grupos mais vulneráveis para garantia a segurança alimentar e dotá-los de saneamento básico para empedrar as nossas mulheres", emendou Boluarte. 

Edição: Geisa Marques