Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem Viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Opinião

embargo econômico

A interminável guerra híbrida contra Cuba

O bloqueio comercial dos EUA contra Cuba reforça, cada vez mais, sua influência na cultura política e na psique do povo

18.set.2023 às 12h27
São Paulo (SP)
Jasely Fernández Garrido

Os presidentes de Cuba, Miguel Díaz-Canel, e dos EUA, Joe Biden - Saul Loeb, Mladen Antonov / AFP

O triunfo da Revolução Cubana em 1º de janeiro de 1959 significou a ruptura do tradicional esquema hegemônico imposto pelos Estados Unidos à América Latina. Ao mesmo tempo, constituiu também um sistema político alternativo e um exemplo para outros países que, como Cuba, sofriam de graves problemas sociais: marcada polarização da riqueza, acompanhada de pobreza extrema, altas taxas de analfabetismo, sistemas de saúde e educação que beneficiam apenas as classes ricas; discriminação racial e de gênero etc.

Este processo político, social e econômico radical, durante mais de seis décadas, constitui uma negação do sistema intervencionista dos Estados Unidos e da sua política externa imperialista. Por isso, desde o seu início, a Revolução Cubana foi considerada uma ameaça para os Estados Unidos. Acabar com este processo e com os seus principais líderes se tornaria um dos objetivos do país norte-americano. Para conseguir isso, seria necessário causar tanto desespero e angústia no povo cubano para que terminasse deslegitimando a revolução e acabando com ela.

:: Brasil e Cuba estreitam laços em cúpula que uniu o Sul Global; países assinam acordo de tecnologia em saúde ::

Para esses efeitos, foi implementado um modelo político agressivo e equipado com múltiplas ferramentas, que amadureceu e evoluiu para o que atualmente é chamado de Guerra Híbrida. As áreas de ação dessa política têm sido muito diversas, entre as quais se destacam a economia, o comércio, as finanças e as áreas da segurança nacional; transgredidas e ameaçadas pelo terrorismo e invasões militares. No entanto, dentro da fórmula da guerra híbrida, cada vez mais é reforçada sua influência na cultura política e na psique do povo, apoiando-se nos novos meios de comunicação e nas graves dificuldades cotidianas causadas pelo bloqueio econômico contra Cuba. No caso cubano, existem numerosos exemplos de aplicação dessas intervenções. 

É amplamente conhecido que a nossa ilha caribenha derrotou em Playa Girón uma invasão fracassada instigada e organizada pelos Eestados Unidos em 1961. Embora esta tenha sido a primeira vitória de um país latino-americano sobre os EUA, foi um acontecimento que deixou centenas de civis cubanos feridos e mortos. Cuba também sofreu numerosos ataques terroristas que, além de imensos custos econômicos, causaram dor ao nosso povo e perda de vidas humanas.

:: Lula critica sanções dos EUA contra Cuba e defende G77 em Havana: 'especial significado' ::

Entre esses acontecimentos está o incêndio da loja El Encanto, um dos primeiros negócios nacionalizados em Cuba, completamente destruído após a explosão de vários explosivos. O incidente causou a morte de uma funcionária inocente, Fe del Valle, 18 feridos e cerca de 20 milhões de dólares em perdas económicas. A sabotagem do navio a vapor francês La Coubre no início de 1960, carregado com armas e munições, registou uma forte detonação durante o processo de descarga que causou numerosos mortos e feridos. Uma segunda explosão ocorreria enquanto trabalhadores portuários, policiais, bombeiros, soldados e vizinhos socorriam os afetados, deixando quase 100 mortos e mais de 200 feridos. Precisamente com este propósito criminoso foi programada a segunda explosão.

Existem muitos outros exemplos ultrajantes. Incêndio nos canaviais, ataques a navios pesqueiros cubanos no início da Revolução, infiltração de bandidos nas zonas montanhosas do centro e oeste da ilha e assassinato de jovens alfabetizadores, provocações na base militar dos EUA imposta à força na Baía de Guantánamo e o assassinato de um dos nossos guardas de fronteira. Especialmente dolorosa para o nosso povo foi a bomba colocada no avião da Cubana de Aviación que decolou em Barbados com destino a Havana Cuba, que causou a morte de 73 pessoas, entre elas os membros da delegação desportiva cubana que regressava da Venezuela, onde haviam obtido todas as medalhas de ouro do Campeonato Centro-Americano de Esgrima.

No âmbito da ofensiva contra o desenvolvimento do turismo em Cuba, que incluiu tiros desde o mar para atingir as instalações hoteleiras, foi a bomba no hotel Copacabana, em Havana, que causou o falecimento do jovem italiano Fabio Di Celmo, de 32 anos. Outro capítulo muito doloroso desta guerra total contra Cuba.

:: Organização promove intercâmbio entre EUA e Cuba para quebrar preconceitos ::

Sendo um desdobramento do terrorismo anticubano, a implacável guerra biológica dos EUA contra Cuba foi especialmente cruel. Em 1971, introduziram o vírus da peste suína africana. Todos os porcos afetados por esta doença tiveram que ser sacrificados. Como consequência, ocorreram enormes perdas e o fornecimento de carne à população foi seriamente afetado. Em 1978, foi introduzido o Bolor Azul (exótica), patógeno que causou grandes perdas na colheita do tabaco.

Também naquele ano foi introduzida a praga da ferrugem da cana-de-açúcar. Ao todo, 30% das plantações de açúcar da variedade Barbados 4362 tiveram que ser demolidas. Mais de 1,35 milhão de toneladas métricas deixaram de ser produzidas. Isso afetou a principal linha da economia cubana da época. Posteriormente, em 1981, uma epidemia de dengue hemorrágica afetou cerca de 350 mil pessoas, principalmente crianças, e 101 delas morreram.

Como principal instrumento que tem acompanhado estas ações violentas e criminosas está a guerra econômica, que tem a sua expressão máxima no bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto desde 1961 e gradualmente intensificado, em particular durante a administração Trump, com 243 medidas incorporadas, além das já existentes, codificadas e endurecidas em 1996 com a Lei Helms Burton.

Esse processo de endurecimento continuou com a aplicação do título III da Lei Helms Burton, que defende medidas extraterritoriais que afetam diretamente a soberania do Estado cubano e de outros Estados no mundo. Como culminação, Cuba foi novamente incluída na lista ilegal e injusta de países que supostamente patrocinam o terrorismo. A intensificação da perseguição ao abastecimento de combustíveis, que o país tem necessidade e direito de importar, a contínua perseguição e demonização dos serviços médicos e profissionais em dezenas de países e a existência de uma lista arbitrária de entidades cubanas com as quais os americanos estão proibidos de se envolverem, somam-se à longa lista de “sanções” contra Cuba.

:: Cuba recebe G77 em Havana e defende atuação conjunta do Sul Global: 'mudar as regras do jogo' ::

Precisamente, o governo dos Estados Unidos acaba de prorrogar a validade das restrições comerciais contra a ilha, apoiadas pela "Lei do Comércio com o Inimigo de 1917", que só se aplica a Cuba, com o argumento de que "afeta o interesse nacional dos EUA".

Estes são apenas alguns exemplos da aplicação de tais políticas genocidas e políticas.

Como reforço ao bloqueio, argumento que justifica todos os excessos cometidos pelos Estados Unidos em Cuba, e recurso para a subversão interna desde o início da Revolução, foi detonada uma guerra de comunicação que espalha mentiras grosseiras sobre o sistema cubano em em relação à democracia, aos direitos humanos, à liberdade de expressão etc.

Ligada a esta ofensiva imoral e injusta está a aplicação da guerra cognitiva, que foi empregada pela primeira vez durante a Segunda Guerra Mundial. Adquiriu uma nova dimensão qualitativa com o aparecimento das redes sociais virtuais. Consiste no trabalho direto sobre a mente e as emoções do ser humano. Este cenário imaterial gera pensamentos e comportamentos. Através da utilização de informações transmitidas e retransmitidas por diversos canais de comunicação, sejam meios de comunicação de massa, redes sociais e redes de mensagens privadas como o WhatsApp, o conteúdo é disseminado de forma que seja incorporado pelos sujeitos e legitime inconscientemente a mensagem, seja a partir da individualidade de cada um ou da coletividade das massas.

A guerra cognitiva integra capacidades cibernéticas, computacionais, psicológicas e de engenharia social para atingir seus objetivos. Aproveita a Internet e as mídias sociais para atingir seletivamente influenciadores, grupos específicos e um grande número de cidadãos. O objetivo perseguido é semear dúvidas, introduzir narrativas contraditórias, polarizar opiniões, radicalizar grupos e motivá-los a realizar atos que possam perturbar ou fragmentar uma sociedade coesa.

O Governo e o povo cubano foram submetidos a todas e cada uma destas formas de guerra. Genocídio global e cirúrgico que visa semear a angústia e o desespero para que, a partir da deslegitimação do sistema político nacional, as massas destruam a Revolução triunfante de 1º de janeiro de 1959.

Por estas razões, o país teve que desenvolver a sua defesa nacional a partir da ação coordenada de todas as forças e recursos da sociedade e do Estado, sob a direcção do Partido Comunista de Cuba (PCC) e do governo revolucionário. Esta concepção está expressa na chamada Guerra de Todo o Povo, que se baseia no princípio de que a força da Revolução Cubana está na unidade do povo e de todas as suas instituições e organizações lideradas pelo PCC, cuja política baseia-se no marxismo-leninismo, a ideologia de Martí e o pensamento ético revolucionário do líder da Revolução, o comandante-em-chefe Fidel Castro. Isso garante que cada cidadão tenha um meio, um lugar e uma forma de participar da luta.

:: Brasil assina memorando de entendimento comercial com Cuba ::

Desta forma, povo e Governo unidos, Cuba vive, resiste e se desenvolve. Preservar a soberania e a independência nacionais, a integridade territorial do país, o caráter socialista e o sistema político, econômico e social estabelecido na Constituição da República, protegendo a população e a economia nacional, são as premissas que norteiam a nação cubana.

Não há absolutamente nenhuma razão para perseguir e punir Cuba durante tantos anos. O objetivo da retórica democratizante e salvadora sempre foi o interesse dos Estados Unidos em destruir a Revolução Cubana, derrotar a sua rebelião e submeter, mais uma vez, a ilha ao jugo deste país imperial.

A realidade é que, ao contrário, Cuba merece apoio e admiração, dadas as importantes conquistas sociais alcançadas com pouquíssimos recursos e submetida a este bloqueio sufocante.

A ilha da liberdade, como ficou conhecida, caracteriza-se pela sua beleza natural, pelas suas magníficas cidades e pela hospitalidade da sua população. É um país particularmente seguro para os seus habitantes e para quem decide visitá-lo ou viver nele. A cultura, em geral, que engloba os costumes, em todos os sentidos, a boa música, a dança e as magníficas manifestações artísticas, estão ao alcance de todo o povo. Por esta razão, Cuba constitui um destino turístico muito atraente, que todo amante do bom gosto, da história e da cultura deve visitar.

Ao contrário do que gera a propaganda anticubana, a satisfação dos direitos humanos constitui fatos tangíveis: sistemas de saúde e educação universais, gratuitos e de alto padrão, fim da polarização crítica da riqueza, da pobreza extrema e da mendicância, erradicação da discriminação de qualquer tipo, estrutural e legal, eliminação da toxicodependência e níveis muito baixos de criminalidade. Altos níveis nos campos de pesquisa em áreas como biotecnologia, medicina, neurociências e ciências sociais ou exatas, portanto a livre troca, sem as restrições do bloqueio, seria muito benéfica para qualquer profissional no mundo.

:: Projeto em Cuba busca promover a cultura afro da ilha: 'É aquele pedaço da África que ainda está vivo' ::

A política externa de Cuba é de paz e cooperação, não tem defeitos, não há motivo para agressões e sanções. Adere aos princípios básicos do Direito Internacional: respeito pela soberania, independência e integridade territorial dos Estados, autodeterminação dos povos, igualdade dos Estados e dos povos; rejeição da ingerência nos assuntos internos de outros Estados, direito à cooperação internacional para benefício e interesse mútuos e equitativos, relações pacíficas entre os Estados e outros preceitos consagrados na Carta das Nações Unidas. Os pilares básicos da sua política externa são o internacionalismo, o anti-imperialismo, a solidariedade e a unidade entre os países do Terceiro Mundo. Nestas áreas, a nossa pequena ilha tem uma conduta exemplar, sem precedentes na história da humanidade.

Ao mesmo tempo, Cuba condena todas as práticas hegemônicas, interferentes e discriminatórias nas relações internacionais, bem como a ameaça ou uso da força, a adoção de medidas coercitivas unilaterais, a agressão e qualquer forma de terrorismo, incluindo o terrorismo de Estado. Precisamente, a violação destas normas fundamentais de coexistência internacional por parte dos EUA é o que há mais de seis décadas causa grande sofrimento ao povo cubano.

O nosso planeta será muito mais humano quando a criminosa guerra híbrida contra Cuba termine e os abusos imperiais acabem.

 

*Jasely Fernández Garrido é funcionária do Consulado de Cuba em São Paulo, mestre em Ciências Políticas e professora auxiliar.

**Este é um texto de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Editado por: Rodrigo Chagas
Tags: bloqueio econômicocubaestados unidosrevolução cubana
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja assinar*
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

Direito de morar

Ocupação dos Queixadas celebra 6 anos em SP sob ameaça de despejo

Dia Nacional do Funk

No fundo, a mensagem é ‘fique longe do crime’, diz musicólogo sobre letras do funk

90 dias sem justiça

Três meses após PM matar senegalês Ngagne Mbaye, ambulantes vão às ruas de SP pelo fim da Operação Delegada

ENERGIA

Nova medida provisória tenta evitar alta na conta de luz após derrubada de vetos

MORADIA

Moradores da ocupação Porto Príncipe fecham avenida em SP contra ordem de despejo

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem Viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
  • Bem Viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevistas
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.