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Bem Viver na TV: no mês de luta anticapacitista, conheça o cordão de girassol, iniciativa para identificar as pessoas com deficiência

Programa traz conteúdo especial durante o mês de luta das pessoas com deficiência

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Bem Viver na TV traz reportagens sobre o cordão de girassol, símbolo das deficiências ocultas, e a luta anticapacitista - Agência Senado

Dados divulgados pelo IBGE em 2023 revelam que cerca de 9% da população brasileira tem algum tipo de deficiência, o que corresponde a 18,5 milhões de pessoas. A mesma pesquisa mostra que pessoas com deficiência têm menos acesso à educação e trabalho, o que afeta diretamente a renda dessa população.

Setembro é o mês de luta da pessoa com deficiência e o Bem Viver, programa do Brasil de Fato, mostra o trabalho de ativistas anticapacitismo, que lutam por direitos e respeito.

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Ana Carolina Rocha tem esclerose múltipla, uma doença autoimune crônica, neurológica e degenerativa. Ela descobriu em 2021, quando tinha 29 anos. Os surtos da doença deixaram algumas sequelas.

"Eu fiquei ali com uma fraqueza do lado direito do corpo, eu tenho essa fraqueza, eu fiquei com uma névoa na visão. Sofro com fadiga crônica, não é um cansaço normal, é uma exaustão extrema e incapacitante que gera muita dificuldade no dia a dia, no transporte público, nos estabelecimentos", conta a ativista e influenciadora.

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Essas características tornam Ana Carolina uma pessoa com deficiência, quadro que não é óbvio para todos que se deparam com ela. Por isso, são comuns questionamentos quando ela tenta acessar direitos, como o atendimento prioritário, por exemplo.

Justamente pra ajudar nesses casos, é que surgiu o cordão de girassol. Criado em 2016 por funcionários de um aeroporto em Londres, na Inglaterra, ele pode ser usado voluntariamente por pessoas com deficiências e outras condições não aparentes. Isso indica que elas precisam de ajuda, compreensão ou mais tempo no trabalho, transporte ou espaços públicos.

Em julho de 2023, foi sancionada no Brasil a lei que torna a fita verde com estampa de girassóis um símbolo oficial para identificação de pessoas com deficiências ocultas. A medida traz mais confiança pra quem usa o acessório no dia a dia. 

"Antes não tinha toda essa visibilidade que tá tendo agora. É até eu diria que até espantoso porque tem tomado proporções inimagináveis e tem ajudado muito. Por exemplo, eu fui a um shopping um dia e vi uma atendente com um cordão do girassol. Então você tá vendo ali a coisa crescer e é bem bacana. Eu acho que pode me ajudar bastante é para não ter que ficar explicando o que é o autismo ou qual deficiência tenho. Somente sou uma pessoa com uma deficiência não visível e tenho direitos resguardados por lei", relata o ativista e estudante de psicologia Wallace de Lira, que é autista.

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Segundo a lei, o uso do cordão de girassol não substitui a apresentação de documentos comprobatórios, caso seja solicitado. Ele é mais uma ferramenta para facilitar a comunicação entre quem precisa receber e quem pode oferecer algum tipo de suporte.  

Para a deputada estadual Andréa Werner (PSB-SP), a lei representa sim um avanço, mas ainda faltam informações precisas sobre quais condições podem ser identificadas pelo cordão de girassol.

"A gente precisa que o governo federal divulgue apropriadamente quais são essas deficiências, e quem que faz sentido usar esse cordão de girassol, para que todo mundo saiba não só quais são, mas para que que serve [o cordão]. Porque senão também não vai adiantar nada para quem olhar vai ver uma pessoa que toca aquilo no pescoço, 'que bonitinho um cordão de girassol', mas não sabe o que que significa. A gente precisa ter uma divulgação apropriada dessa lei", pontua Andréa, que também é presidente da Comissão dos Direitos das Pessoas com Deficiência na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).

Por enquanto, no Brasil, a distribuição do cordão de girassol acontece por iniciativa de alguns estabelecimentos e entidades, mas ainda não é feita de maneira gratuita.

"A gente bate nessa tecla de que sim, deve ser distribuído. Tem que ter essa acessibilidade para famílias para pessoas que não têm condições de adquirir. Então acredito que com a chegada dessa lei a gente consiga, quem sabe futuramente, ter uma distribuição gratuita do colar de girassol nas ONGs, nas instituições e nos órgãos públicos", afirma Ana Carolina.

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Quando e onde assistir

No YouTube do Brasil de Fato, todo sábado, às 13h30, tem programa inédito. Basta clicar aqui. 

Na TVT: sábado, às 13h30; com reprise aos domingo (às 6h30) e terça-feira (às 20h), no canal 44.1 – sinal digital HD aberto na Grande São Paulo e canal 512 NET HD-ABC 

Na TVCom Maceió: sábados, às 10h30, com reprise aos domingos (às 10h), no canal 12 da NET. 

Na TV Floripa: sábados, às 13h30, com reprise ao longo da programação, no canal 12 da NET. 

Na TVU Recife: sábados, às 12h30, com reprise às terça-feira (às 21h), no canal 40 UHF digital. 

Na TVE Bahia: sábados, às 12h30, com reprise quinta-feira (às 7h30), no canal 30 (7.1 no aparelho) do sinal digital. 

Na UnBTV: sextas-feiras, às 10h30 e às 16h30, em Brasília no Canal 15 da NET. 

TV UFMA Maranhão: quintas-feiras, às 10h40, no canal aberto 16.1, Sky 316, TVN 16 e Claro 17. 

Sintonize  

No rádio, o programa Bem Viver vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 11h às 12h, com reprise aos domingos, às 10h, na Rádio Brasil Atual. A sintonia é 98,9 FM na Grande São Paulo e 93,3 FM na Baixada Santista.  

O programa também é transmitido pela Rádio Brasil de Fato, das 11h às 12h, de segunda a sexta-feira. O programa Bem Viver também está nas plataformas Spotify, Google Podcasts, Itunes, Pocket Casts e Deezer.  

Assim como os demais conteúdos, o Brasil de Fato disponibiliza o programa Bem Viver de forma gratuita para rádios comunitárias, rádios-poste e outras emissoras que manifestarem interesse. Para fazer parte da nossa lista de distribuição, entre em contato pelo e-mail: [email protected]

Edição: Thalita Pires