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Número de casos de dengue em 2023 é 17,5% maior que em 2022

Governo anuncia medidas para tentar conter a doença no verão, época mais propícia para propagação

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Governo quer fortalecer o combate ao mosquito da dengue - Cristine Rochol/PMPA

O número de casos de dengue no Brasil em 2023, até o início de dezembro, foi 17,5% maior que no mesmo período de 2022. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (8) pelo Ministério da Saúde, que computou 1,6 milhão de casos prováveis da doença neste ano, contra 1,3 milhão no ano anterior.

Segundo o Ministério, alguns fatores podem ter tido influência direta no aumento, como a variação climática, maior volume de chuvas e mudanças na circulação de sorotipos do vírus. O percentual de mortes em decorrência da doença foi semelhante nos dois anos: 0,07%. Foram 999 registros confirmados em 2022 e outros 1.053 neste ano.

"Temos tido casos de dengue ao longo do ano. Agora nós temos identificação de sorotipos que não estavam circulando. É um cenário que a gente vai ter que monitorar todo o tempo", disse a ministra da Saúde, Nísia Trindade, em entrevista coletiva nesta sexta.

Para tentar conter a dengue e outras doenças transmitidas por mosquitos (as chamadas arboviroses), como chikungunya e Zika, o governo anunciou investimento de R$ 256 milhões em ações de vigilância. Com o aumento das temperaturas e do volume de chuvas no verão, a tendência é aumento no número de casos.

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O Ministério da Saúde destacou que R$ 111,5 milhões serão investidos ainda este ano, sendo que R$ 39,5 milhões serão destinados aos estados e ao Distrito Federal e outros R$ 72 milhões para os municípios, visando garantir ações de vigilância em todas as regiões do país. Também será lançada uma campanha de conscientização na televisão, redes sociais e locais de grande circulação.

Segundo o Ministério, 11,7 mil profissionais de saúde passaram por capacitação em 2023 para manejo clínico, vigilância e controle de arboviroses. Também foi confirmada a instalação da Sala Nacional de Arboviroses (SNA), que vai permitir o monitoramento em tempo real dos locais com maior incidência dssas doenças e preparar o sistema de saúde para uma eventual alta no número de casos.

Vacina no horizonte

Outro anúncio relevante desta semana foi relativo à vacina Qdenga, para prevenção da dengue. O imunizante está sob análise da Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), que deu recomendação inicial favorável e abriu consulta pública sobre o tema. Toda a população pode participar, basta clicar aqui e fazer login com a conta gov.br.

"A vacina não é uma resposta para um momento de emergência, se ele ocorrer, mas é uma estratégia fundamental para a proteção das pessoas ao longo do ano e como proteção, também para epidemias futuras", resumiu a ministra Nísia Trindade.

Edição: Nicolau Soares