Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • Nacional
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • |
  • Cultura
  • Opinião
  • Esportes
  • Cidades
  • Política
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Educação

DEMOCRACIA

Universidade reafirma autonomia após ação que contesta lista de leituras do vestibular da Ufrgs

Para reitora, ampliar o repertório literário é fortalecer a inovação e a excelência acadêmica da instituição

21.jul.2025 às 16h55
Porto Alegre (RS)
Marcela Brandes

Reitora Márcia Barbosa defende a autonomia universitária diante de ação que questiona diversidade em leituras do vestibular - Foto: Rafa Dotti

A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) tornou-se alvo de uma ação judicial movida pela Associação Escola Sem Partido, que contesta parte da lista de leituras obrigatórias do vestibular.

A ação questiona a inclusão de obras de autores e autoras que abordam questões de gênero, raça e diversidade. Em resposta, a reitora Márcia Barbosa defendeu, com firmeza, o papel da universidade pública na produção do conhecimento, a importância da diversidade como vetor de inovação e a autonomia universitária garantida pela Constituição Federal.

“Acolher a diversidade não é somente um reconhecimento da pluralidade cultural do Brasil, mas é sinônimo de eficiência e inovação”, afirmou Márcia Barbosa em entrevista ao Brasil de Fato RS. Ela explica que a política de inclusão de obras diversas não é recente e reflete uma orientação pedagógica contínua da universidade. “Ao apontarmos para uma literatura mais diversa, estamos passando a mensagem de que a Ufrgs é uma universidade que acolhe a diversidade como instrumento de inovação. Este comportamento não começou este ano. Não mudamos toda a lista. A cada ano, selecionamos somente quatro novos textos, mantendo os demais.”

Critérios buscam pluralidade de gêneros, estilos e temporalidades

A lista de leituras obrigatórias para o vestibular da Ufrgs é definida por docentes do Instituto de Letras, com base em critérios acadêmicos e pedagógicos. De acordo com a reitora, há um esforço contínuo para garantir pluralidade de gêneros, estilos e temporalidades. “Certamente a diversidade é um ingrediente, inclusive trazendo autorias mais recentes. Ela também reflete a qualidade acadêmica do Instituto.”

A judicialização do conteúdo do vestibular acende o alerta sobre as tentativas de limitar o debate acadêmico e os repertórios críticos acessíveis aos estudantes. Barbosa vê a ação como parte de uma estratégia de intimidação. “Acredito que é uma tentativa de intimidar a Ufrgs e favorecer uma literatura mais conservadora. A inovação provoca o surgimento de debates sobre verdades inconvenientes.”

A reitora também destacou o princípio da autonomia didático-científica, garantido pela Constituição de 1988, como um dos pilares fundamentais da universidade pública. “A Universidade se fundamenta na autonomia. É por isso que as universidades sobreviveram a governos, guerras e mudanças substanciais no mundo. Ela é que permite à universidade evoluir.” Para ela, essa mesma autonomia tem permitido avanços significativos na política institucional da Ufrgs: “Foi exercida quando criamos as cotas na Ufrgs muito antes de ser lei federal. Finalmente, recentemente, foi colocada em ação ao criarmos a pró-reitoria de ações afirmativas e equidade”.

O cenário de judicializações não é novo, e Barbosa considera que, em instituições do porte da Ufrgs, com aproximadamente 50 mil integrantes entre estudantes, docentes e técnico-administrativos, essas ações fazem parte do cotidiano. “É natural haver ações. São pessoas tentando tutelar a Ufrgs. A busca da excelência exige autonomia, não tutela. Nossa função é educar, inclusive aqueles que recorrem à Justiça contra nós.”

Ela destaca que, mesmo quando envolvem disputas legais, essas situações não impedem a universidade de cumprir sua missão educacional. Pelo contrário, podem se transformar em espaços pedagógicos. “Responder a estas ações mobiliza recursos públicos, mas é igualmente um ato educacional. As pessoas envolvidas tiveram que ouvir a importância da autonomia universitária para a criação do conhecimento. Tiveram que entender como a diversidade é um instrumento mobilizador de excelência e de inovação. Cada resposta a uma ação judicial é uma oportunidade de ensinar. A Ufrgs não se intimida, ensina.”

“Não há criação de conhecimento sem liberdade acadêmica”

Questionada sobre o papel da universidade pública em meio a disputas ideológicas sobre o conteúdo ensinado, Barbosa foi enfática: “A Universidade tem como função a criação, a transmissão e a preservação do conhecimento. Não há criação de conhecimento sem liberdade acadêmica.”

Para a reitora, o debate de ideias é fundamental, mas deve estar alicerçado em fundamentos sólidos. “As disputas de ideias são centrais nesse processo, mas devem estar sempre alicerçadas em evidências. O que não se admite no debate acadêmico é a ausência de fundamentação – o que significa reconhecer que há debates que já se esgotaram. Afinal, a Terra não é plana, as vacinas funcionam, as mudanças climáticas foram causadas pelas emissões de gases de efeito estufa e diversidade leva à eficiência.”

Por fim, Barbosa reafirmou a importância da defesa da autonomia universitária como instrumento de produção de conhecimento de excelência. “A autonomia da Ufrgs, como a de qualquer universidade de classe mundial, é vital para a produção de conhecimento de excelência. Lutamos desde os tempos da ditadura militar para garanti-la.” Entre os avanços recentes promovidos a partir do exercício dessa autonomia, ela citou novamente a implementação das cotas, a criação da pró-reitoria de ações afirmativas e equidade e a realização da última eleição para a reitoria com paridade política.

“Temos muitas lutas pela frente, inclusive a eliminação da lista tríplice para escolha da reitoria. Luto para mim é verbo.”

Editado por: Katia Marko
Tags: democraciaeducaçãouniversidade pública
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja assinar*
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Notícias relacionadas

PLURALIDADE DE VOZES

Encontro de mídias periféricas debate comunicação popular e comunitária no Rio

PAPO DE SÁBADO

‘Precisamos de uma ‘Diretas Já’ do clima’, defende a cientista Márcia Barbosa

EM DEFESA DA VIDA

Ato em frente à sede do governo gaúcho cobra responsabilização pelas enchentes

Veja mais

De boné vermelho

Semana Camponesa: MST se mobiliza com marchas e acampamentos no RN, PA e AL

Pedra no sapato

Brics incomoda Trump porque desafia hegemonia dos EUA, diz pesquisadora

Síria sob tensão

O que está acontecendo na Síria? Ataques de Israel reacendem disputa territorial e ameaçam minorias

Sem fascismo

Nova lei proíbe a veiculação de símbolos nazistas no DF

Proibição

Moraes: Bolsonaro pode ser preso se usar rede social de outras pessoas

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem Viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
  • Bem Viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevistas
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.