Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • Nacional
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • |
  • Cultura
  • Opinião
  • Esportes
  • Cidades
  • Política
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Bem Viver Agroecologia

AGROECOLOGIA

Teste confirma que cuscuz produzido pelo MST em Pernambuco não tem agrotóxicos ou transgênicos

Escassez de sementes crioulas, mudança no regime de chuvas e falta de mecanização não impedem celebração de grande venda

02.jul.2025 às 21h20
Recife (PE)
Vinicius Sobreira
Teste confirma que cuscuz produzido pelo MST em Pernambuco não tem agrotóxicos ou transgênicos

Jaime Amorim lidera a cooperativa de agricultores do Assentamento Normandia, em Caruaru (PE) - Sara Gehren / MST

No mês de junho, o São João não foi o único motivo para sorrir nos assentamentos do Movimento dos trabalhadores Sem Terra (MST) em Pernambuco. Testes químicos e genéticos confirmaram que o cuscuz flocão de milho da marca Normandia, produzido por agricultores familiares ligados ao movimento, é um produto livre de organismos geneticamente modificados (transgênicos) e da contaminação de agrotóxicos. Produzido a partir de milho crioulo, o alimento foi lançado no mercado este ano e pode ser comercializado em todo o Brasil.

O sem terra Jaime Amorim está à frente da associação de produtores do Assentamento Normandia, que dá nome ao flocão. Em conversa com o Brasil de Fato, ele contou que a ideia de produzir um cuscuz do próprio movimento surgiu há três anos. “Já queríamos produzir um flocão saudável para a população. Mas o mercado de sementes [de milho] é dominado pelos transgênicos. Até que encontramos a semente ‘cacetinha’, que estamos chamando de ‘semente crioula Normandia’, e temos feito a nossa própria seleção de sementes”, conta Jaime.

O “milho cacetinha” é de espiga pequena e sementes densas, muito utilizado para o consumo cozido ou na produção de pamonha. O movimento tem o desafio de produzir uma grande quantidade de milho para o flocão a partir da seleção das melhores sementes crioulas. “É o grande problema. Mas este ano conseguimos produzir quase 100 sacos de sementes e enviamos para assentamentos em todo o estado”, conta Jaime. O plantio está acontecendo no próprio assentamento Normandia, em Caruaru; no pré-assentamento Nova Embrapa, em Petrolina; em assentamentos no Sertão do Araripe pernambucano; e no acampamento Gideone, em Goiana.

A produção livre de transgênicos e de agrotóxicos é compromisso do MST, mas também foi uma exigência da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para uma futura aquisição do flocão. A empresa pública do Governo Federal adquire itens alimentares, em especial da agricultura familiar. Parte deles é repassada para cozinhas públicas que atendem pessoas em vulnerabilidade, enquanto outra parte é guardada como estoque regulador, vendido para redes de supermercado em caso de desabastecimento ou inflação.

A Conab firmou contrato para a compra de mais de 100 toneladas do flocão Normandia. “Eles exigem os testes, que foram acompanhados por uma equipe da Conab. E esse selo ‘livre de transgenia’ é muito importante para nós. E para mantê-lo assim, temos que seguir tendo o cuidado de não produzirmos em áreas próximas a vizinhos que usam transgênicos”, explica Amorim. A cada safra, os agricultores escolhem as melhores espigas, colocam as sementes para secar e armazenam até o próximo plantio, evitando a contaminação.

O flocão de milho crioulo Normandia é produzido em acampamentos e assentamentos ligados ao MST | Filipe Augusto Peres / MST

Além do flocão para cuscuz, a cooperativa de agricultores de Normandia passou a produzir farinha de mandioca, fornecendo para escolas da rede pública através do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). O plano é também conseguir vender a farinha para a Conab.

As mudanças climáticas e a safra do Nordeste

Jaime também destacou a necessidade de superar os desafios impostos pela mudanças climáticas num território semiárido, onde o acesso à água é historicamente escasso. “Ano passado foi muito difícil. Aqui [na região Agreste do estado] só conseguimos uma safra por ano, ainda assim apertada”, diz ele. “Antes plantávamos em março e colhíamos em junho e julho. Mas as chuvas mudaram. Agora plantamos em julho para colher em setembro, torcendo para a chuva se prolongar, sob risco de a safra ser frustrada”, conta o agricultor.

Mas ele está confiante de que o MST conseguirá atender a demanda contratada pela Conab. “Ano passado só produzimos dois lotes. Mas este ano a germinação das nossas sementes foi próximo dos 90%, que é excelente para qualquer milho. E estamos aproveitando assentamentos de todo o estado, em regiões com ciclos de chuva diferentes, da Zona da Mata ao Sertão. Acho que vamos chegar às 130 toneladas”, diz Jaime Amorim, prevendo superar a compra do Governo Federal. O flocão Normandia também tem sido comercializado na rede de mercados Armazém do Campo e o excedente doado para Cozinhas Solidárias em Pernambuco.

Na primeira metade do ano, foi produzido um quarto da compra da Conab. Mas o ciclo de julho a setembro tem mais áreas plantadas. “Temos que acelerar e ampliar essa produção para dar conta das demandas”, avalia a liderança sem terra. Hoje o MST estima ter quase 200 famílias envolvidas na produção de milho crioulo para o cuscuz, tendo como principal centro produtivo a cooperativa de Normandia, em Caruaru.

“Queremos fortalecer a cultura de produção camponesa do milho, para melhorar a qualidade de renda e vida das famílias em todo o estado”, completa. O cereal e a sua palha também servem para alimentar animais.

Necessidade de mecanização

Jaime Amorim também cobra que autoridades políticas contribuam para a produtividade das cooperativas rurais. “Ainda fazemos a colheita manual. Então estamos reivindicando da governadora uma colheitadeira para acelerarmos o processo. A produtividade em Pernambuco é muito baixa, devido aos fatores climáticos. Mas com assistência técnica e mecanização teríamos mais qualidade e rapidez”, avalia o agricultor, cobrando também mais agilidade do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA). As cooperativas, segundo Amorim, precisam plantar num solo degradado pela seca no Agreste e pela monocultura da cana na Zona da Mata.

Editado por: Nicolau Soares
Tags: agroecologiaalimentos orgânicosmovimento dos trabalhadores rurais sem terramstnordestepernambucorecife
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja assinar*
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Notícias relacionadas

TECNOLOGIA

Deputada e vereador querem levar fábrica chinesa de fertilizantes para Caruaru (PE)

Joias Crioulas: marca de uma economia sagrada e clandestina da liberdade

AGRICULTURA

Opinião | A importância das sementes crioulas em tempos de crise climática

ALIMENTAÇÃO

Vozes Populares | A produção agroecológica como um caminho para o combate à fome

papo na laje

Projeto do MST preserva sementes crioulas e produz obras de arte em Maricá (RJ)

Veja mais

INTERNACIONALISMO

Ativistas palestinas participam de encontro no Recife, nesta quinta-feira (3)

JUSTIÇA TRIBUTÁRIA

Campanha do PT por taxação dos mais ricos mira Congresso, que ‘fala em corte, mas aumenta seus gastos’, diz cientista político

MOVIMENTO CAMPONÊS

Combate à fome no Haiti: centro agroecológico forma agricultores para produzir comida de verdade

AGROECOLOGIA

Teste confirma que cuscuz produzido pelo MST em Pernambuco não tem agrotóxicos ou transgênicos

Desrespeito

Bancada do agro usa sessão na Câmara para atacar Marina Silva e políticas ambientais

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem Viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
  • Bem Viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevistas
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.