Parece, mas não é

Será que você está comendo queijo de verdade?

Produto lácteo fundido foi criado pela indústria e cada vez mais substitui os diferentes tipos de laticínios

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Os produtos que tem adição de proteínas e gorduras que não são derivados do leite, não podem levar o nome de queijo na embalagem - Daniel Albany por Pixabay
Você pode estar consumindo um produto que tem gosto e aparência de queijo, mas na verdade, não é

Imagina você pedir uma pizza, uma esfiha ou até mesmo um lanche e no lugar da mussarela ou do cheddar, vier um ingrediente que parece, mas não é queijo? Pode até ser difícil de acreditar mas isso já acontece sim, é o chamado produto lácteo fundido.

A nutricionista Fernanda Rech Rodrigues explica que, apesar de ser pouco conhecida pela população em geral, essa mistura já é bastante utilizada para substituir os mais diversos tipos de queijos.

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O grande problema é que por ser ultraprocessado, esse tipo de alimento traz ingredientes químicos que fazem mal à nossa saúde. A nutricionista explica melhor da sua composição.“É uma mistura de queijo, que tem uma proporção mínima de 75% de uma determinada variedade de queijo na sua composição, que são chamados de queijo ultraprocessado. Então, esses ouros 25% são outros tipos de ingredientes, como gordura hidrogenada, amido modificado”.

Fernanda também chama atenção para o fato de que, geralmente, o queijo ultraprocessado é consumido junto com outros alimentos, também pobres em nutrientes.

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“Geralmente, vem em uma composição alimentar que tá associado junto com embutidos, então presunto, mortadela, patês, hambúrgueres, que provavelmente, não vai ser aquele hambúrguer feito de carne moída, farinha e ovo, para dar uma liga, às vezes, ele também é um produto ultraprocessado. Então, em uma única refeição acaba contendo uma quantidade bastante elevada de  gordura trans, excesso de sódio e, às vezes, até açúcares”, alerta.

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Como a indústria alimentícia coloca os chamados aditivos químicos nos seus produtos, para que eles fiquem com o sabor e a textura o mais parecidos possível com a dos alimentos originais, fica mais difícil diferenciar o que é queijo de verdade e o que não é.

Fernanda lembra que nem sempre os ultraprocessados são mais baratos, porém a praticidade de encontrá-los em qualquer mercado e em embalagens de fácil acesso, os tornam mais atrativos.

“Eles são dotados de embalagens que favorecem a rapidez, a agilidade no consumo, com a possibilidade de embalagens individuais, como às vezes, em alguns queijos processados, creme de queijo, fondue, requeijão, requeijão cremoso, requeijão amanteigado. Ele vem em embalagens individuais, pronta para consumo e que, às vezes, nem é necessário o uso de utensílios domésticos”.

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Diante do avanço dos ultraprocessados, cada dia mais presentes no cotidiano da população brasileira, a nutricionista defende que o acesso a uma informação de qualidade, com transparência do tipo de ingrediente que está sendo colocado nos produtos ofertados pela indústria alimentícia, se torna cada vez mais indispensável na luta por uma alimentação mais saudável. 

Edição: Douglas Matos