Ronda Política

Golpista é pré-candidato pelo PL no Pará, Exército pagou R$ 4,6 mi à ex de Ailton Barros e mais

Fazendeiro que participou de acampamento golpista no DF é pré-candidato à Prefeitura de Xinguara (PA)

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Jair Bolsonaro e Enric Lauriano - Reprodução/Instagram

O fazendeiro Enric Lauriano, que participou e teria ajudado a financiar o acampamento golpista em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília, agora é pré-candidato à Prefeitura de Xinguara, no Pará, pelo PL de Jair Bolsonaro.

Segundo apuração do Metrópoles, Lauriano organizava campanhas de arrecadação de dinheiro para enviar para o acampamento. Além de financiar, ele esteve presencialmente nos atos golpistas de 8 de janeiro, que culminaram na invasão e depredação dos prédios dos Três Poderes, em Brasília. O próprio fazendeiro publicou vídeos dos ataques ao Palácio do Planalto, mas apagou o material após as investigações do Supremo Tribunal Federal (STF).

Lauriano chegou a se candidatar à Prefeitura de Xinguara pelo extinto PSL, mas perdeu para Dr. Moacir, do PL do Pará, no segundo turno. Agora, ele se filiou à sigla de Bolsonaro em março deste ano. Após a filiação, passou a dar entrevistas a rádios locais se apresentando como pré-candidato para as eleições municipais de 2024.

Exército pagou R$ 4,6 mi à ex-esposa de Ailton Barros

O Exército pagou cerca de R$ 4,6 milhões em pensões à ex-esposa de Ailton Barros, aliado de Jair Bolsonaro (PL), após ele ter sido expulso da corporação, segundo apuração do UOL. O afastamento se deu em 2006, depois que a Justiça o condenou por jogar um veículo contra dois militares.

Ele está preso desde 4 de maio por suspeita de participação no esquema de fraude em cartões de vacinação para a inserção de doses de imunizantes contra a covid-19, que teria beneficiado o ex-presidente.


Ailton Barros é aliado de Jair Bolsonaro (PL) / Reprodução/Facebook

Os valores foram repassados a Marinalva Barros mensalmente ao longo de 14 anos, entre abril de 2009 e abril deste ano. Os pagamentos foram possíveis porque Barros é considerado "morto ficto" (morto fictício) nos registrados do Exército para fins burocráticos, apesar de estar vivo. A pensão é possibilitada por uma lei de 1960, que garante o benefício a militares expulsos que estão vivos.

O procurador do Ministério Público no Tribunal de Contas da União (MP-TCU), Lucas Furtado, pediu à corte a suspensão dos pagamentos. "Esse privilégio não me parece justo porque cria diferenças com os servidores civis e é gritante a quebra da isonomia com o setor privado. [...] [A lei que autoriza as pensões] é aplicada de forma totalmente equivocada, dentre outras hipóteses, porque a lei fala que a pensão deve ser proporcional [ao tempo trabalhado] e pelo menos nesse caso [de Ailton Barros] isso não tem ocorrido", afirmou Furtado.

Magistrado sugere impeachment de Tarcísio por homenagem a Erasmo Dias

O presidente da Academia Paulista de Direito (APD), Alfredo Attié, sugeriu uma ação de impeachment contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), por homenagear o coronel da ditadura militar, Erasmo Dias. Ele foi responsável pelo famoso cerco ao campus da Pontifícia Universidade Católica (PUC) em 22 de setembro de 1977.


Erasmo Dias em entrevista / Divulgação/Libelu: Abaixo a Ditadura

O governo paulista sancionou, em 27 de junho, um projeto de lei do então deputado estadual Frederico D'Ávila (PL) que estabeleceu a mudança de nome de um viaduto na rodovia Manílio Gobbi, em Paraguaçu Paulista, no interior de São Paulo, para "Deputado Erasmo Dias".

Attié sugere uma ação por atentado contra a ordem jurídica constitucional. "Fazer homenagem a um militar expoente da ditadura e responsável pela invasão criminosa da PUC-SP, além da repressão violenta a manifestações estudantis, não é apenas um ato desprezível. É ato contrário à Constituição, portanto Anti Estado Democrático de Direito", escreveu Attié. "Não ofende apenas o povo de São Paulo e brasileiro, mas toda a humanidade." 

PT se reúne com ministro para tratar de concessão de TV e rádio para o partido

O secretário de Comunicação do Partido dos Trabalhadores, Jilmar Tatto, tem uma reunião com o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, na próxima quarta-feira (5), para tratar da concessão de canais para a criação de rádio e TV próprias da sigla. Caso a pasta atenda ao pedido, o PT será a primeira legenda a ter seus canais de rádio e TV.


Jilmar Tatto / José Cruz/Agência Brasil

Em ofício enviado ao ministro, o partido afirma que o objetivo é divulgar a prestação de contas de suas atividades e estimular a participação política. "Um canal de comunicação próprio do Partido dos Trabalhadores possibilitaria o cumprimento de um dever constitucional, legal e estatutário, oportunizando uma participação política para além do simples ato de votar, adotando-se uma verdadeira pedagogia de participação político-partidária", diz o PT no documento.

"A comunicação por canal partidário específico possibilitaria a justa prestação de informação uma vez que os partidos políticos são indissociavelmente vinculados à educação política, ao incentivo da participação política e à contínua comunicação com os cidadãos", afirma o texto.

Jean Wyllys chega ao Brasil após quatro anos fora 

O ex-deputado Jean Wyllys voltou ao Brasil, na última sexta-feira (30), após passar quatro anos morando na Europa. O anúncio foi feito com a publicação de uma foto em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília, em seu perfil no Twitter. 

Ele deixou o Brasil em janeiro de 2019, após sofrer consecutivas ameaças de morte. Na época, ele estava em seu terceiro mandato como deputado federal pelo PSOL. Em seu lugar assumiu David Miranda, que faleceu em maio deste ano

Edição: Nicolau Soares